O que é o EVPM?

É inicialmente um projeto de interligação Escola-Comunidade inspirado no lema “A União faz a Força”. Atualmente é um grupo amador que se dedica à interpretação vocal de um repertório muito alargado que abrange o jazz, pop, música sacra e também o coral sinfónico.

Como surgiu a ideia da formação?

Vários projetos a que estava ligado como diretor artístico tinham as suas forças e fraquezas. Fazendo música em conjunto potenciávamos as forças e minimizávamos as fraquezas de cada um. Daí a ideia de juntar energias para fazer música em conjunto! O nome Ensemble Vocal Pro Musica foi idealizado para servir de bandeira única ao projeto que integrava elementos de vários grupos e por isso com várias bandeiras!!!

Quem são os fundadores?

A ideia inicial teve origem na minha cabeça, mas foi de imediato apoiada por 4 alunos/amigos que faziam música comigo num coro em Vila do Conde: Pedro Leite, Jorge Miguel, Ricardo Fráguas e Sandro Neves.

Ao longo do tempo a cultura e o próprio EVPM foi-se transformando. Quais são as principais diferenças entre o EVPM original e o atual?

O EVPM original tinha como objetivos a promoção e a realização de concertos corais mais participados, favorecendo um maior intercâmbio, interajuda e sociabilização entre agrupamentos com diferentes características.O EVPM atual, embora não tenha perdido completamente a ideia do projeto inicial, está constituído como um grupo autónomo com os seus projetos e com uma estrutura associativa que o suporta. Fruto da sua reorganização conseguiu-se reunir um grupo de membros mais aferidos e por isso com mais capacidade de resposta musical, o que possibilitou acesso a repertórios mais exigentes especialmente na área do coral sinfónico.

Parcerias?

Continuamos com várias parcerias mais ou menos visíveis:Conservatório de Música do Porto – Orquestra do Norte – Curso de Música Silva Monteiro – Instituto Português da Juventude – Orquestra de Guimarães – …. e muitas outras instituições que nos momentos oportunos estão disponíveis para nos ajudar a concretizar as nossas ideias.

O Porto está mais recetivo agora a este tipo de projetos?

Não noto muita diferença do agora para o antes!Talvez a atividade do EVPM tenha tido nos últimos anos um maior impacto na cidade e talvez por isso haja uma maior atenção e procura dos nossos serviços.

O EVPM conta já com várias gerações de coralistas. Como foi para ti acompanhar não só o crescimento do coro como, a nível pessoal, os participantes?

O EVPM cresceu sem dúvida, mas eu também cresci no EVPM em todos os aspetos: como músico e como pessoa.Comigo vi também crescer muitos dos EVPMs que agora tenho a honra de ter como amigos. Vi-os crescer como pessoas, como músicos e sobretudo vi-os crescer como amigos o que é sem dúvida um privilégio!

Achas que o EVPM foi o impulsor de projetos pessoais? E se influenciou a vida dos coralistas?

Não serei a melhor pessoa para responder a estas perguntas, mas tenho a minha perceção pessoal. Corro o risco de, ao partilhá-la, ser visto como um convencido, mas não me importo!Eu acho que o EVPM marcou e influenciou significativamente muitas vidas. Vi, ao longo destes 25 anos de existência, muita gente a encontrar-se e a desencontrar-se no amor e também EVPMs a encontrar a sua vocação profissional.Vi também marcas do EVPM na atividade musical de outros grupos. Há uns anos não se via em nenhum dos agrupamentos que conhecia nada do que nós fazíamos regularmente no EVPM: a interligação da expressão musical com a expressão dramática e corporal, disposições diferentes, uso de movimento associado à música, participação ativa do público, utilização de instrumentos e fontes sonoras pouco vulgares…supressas! Hoje é muito vulgar ver-se tudo isto em outros grupos! Portanto, modéstias à parte, acho que desbravamos muito terreno e que isso influenciou de alguma maneira terceiros!

Ao fim de 25 anos ainda vais com o mesmo espírito e a mesma energia para os ensaios e se sim, porquê?

Confesso que neste momento o que não me faltam são pretextos para me baldar aos ensaios: a minha fantástica e querida família, a minha paixão pela vida do campo, a minha falta de tempo para responder aos meus cada vez mais exigentes desafios profissionais, e mesmo a falta de tempo para descansar!Mas porque será que mesmo com todos estes pretextos eu estou nos ensaios? Porque a energia e a vontade me é contagiada pelos muitos e bons amigos que me fazem sentir bem numa família que adora fazer Música!

Momento EVPM que destacou, melhor memória. E um momento mais divertido?

Para mim um momento marcante e em que o EVPM se destacou foi o Requiem de Verdi no Coliseu do Porto. Fizemos a obra sem qualquer tipo de reforços e com uma força incrível! Foi um desafio impressionante!!!A melhor memória foi a sublime interpretação das obras de Música Sacra que levamos para o Concurso de Coros em Veneza no momento da avaliação. Senti aquele EVPM a 100% da sua capacidade de resposta e isso será difícil de igualar e esquecer! Pelos vistos o júri sentiu o mesmo e por isso ganhamos a categoria, o que nos permitiu ir à final e ganhar o Grande Prémio!O momento mais divertido foi para mim o concerto que fizemos em 18 de outubro de 2003, no Fórum de Ermesinde com direito a sobrelotação da sala, “a stand up comedy” e mesmo a “streap tease” do maestro!

Que sonhos é que já foram realizados e quais faltam realizar?

Sonhos realizados:- Ganhar um concurso internacional;- Cantar no Palau de la Musica Catalana – Barcelona- Montar as obras mais significativas do repertório Coral Sinfónico;- Cantar com uma Orquestra Sinfónica estrangeira e em parceria internacional, como aconteceu no concerto que fizemos na Catedral de Palma de Maiorca

Sonhos por realizar:- Cantar a Missa em Si Menor de J. S. Bach;- Cantar no Continente Americano;- Dinamizar e promover um grande Concurso/Festival Internacional de Coros na cidade do Porto- Cantar com uma das Orquestras/Maestros mais famososÉ bom ter sonhos e lutar por eles mesmo que nos pareçam estar num horizonte longínquo!

Como diz o Galeano, aproximamo-nos dois passos e ele se afasta dois passos. Caminhamos dez passos e o horizonte corre dez passos! Mas os sonhos servem para que nunca deixemos de caminhar! E enquanto caminhamos vamos concretizando coisas que nunca tínhamos sonhado!

Como imaginas o EVPM daqui a uns anos?

Imagino um EVPM procurando honrar a sua história e continuando a perseguir mais e novos sonhos:Mas para que o possa fazer com sucesso, é preciso que o EVPM seja capaz de encontrar as pessoas certas para dar continuidade ao projeto. Ninguém é eterno e muito menos insubstituível! Mas é muito importante que, no momento certo, o grupo saiba escolher bem o perfil/caráter dos seus futuros lideres! Qualquer falha nesta área pode comprometer a saúde e mesmo a vida do grupo!

O que significa ser um EVPM/coralista, parte da equipa?

Ser um EVPM para mim significa ser capaz de estar com o grupo de corpo e alma nos momentos bons e nos momentos menos bons. Ser um EVPM parte da equipa é como ser um Bom Amigo!Temos quase 100 membros, mas confesso que sinto em muitos momentos, muita falta de espírito de equipa! Mas nada que não veja todos os dias na sociedade em geral e em todos os grupos que conheço!Cada um é responsável por dar o seu contributo individual para tornar o mundo melhor! Também gostava que cada membro do grupo desse o seu contributo pessoal para tornar o EVPM o melhor “lugar” do mundo para se fazer Música e Amigos!