Coimbra emocionou-se com grandioso concerto coral sinfónico.
Concerto inclusivo foi uma homenagem da cidade e da academia à diversidade.
Missa de Glória, obra sacra do compositor italiano Giacomo Puccini, foi apresentada em Coimbra, no passado dia 30 de novembro, num grandioso concerto coral sinfónico. O público esgotou a Sé Nova que graças à sua imponente dimensão ainda acolheu os que tiveram de ficar em pé.
Em palco reuniram-se 145 músicos, pertencentes ao Coro Sinfónico Inês de Castro (organizador), ao Ensemble Vocal Pro Musica (coro convidado) e à Orquestra Inês de Castro da Associação Ecos do Passado.
Os aplausos do público fizeram voltar várias vezes a palco os solistas Pedro Rodrigues (Tenor), Rui Silva (Baixo-Barítono) e o Maestro Artur Pinho Maria. O encore deu-se com Agnus Dei, a última secção da Missa de Glória em que coro, orquestra e solistas alternam o seu protagonismo, ilustrando a diversidade musical que caracteriza esta obra, que inspirou a conceção de um concerto inclusivo, com lugares estrategicamente assegurados para as pessoas com mobilidade reduzida, para as pessoas surdas, com cegueira ou baixa visão.
A apresentação do concerto e da sua folha de sala, para além da tradicional versão impressa, teve a sua versão digital, narrada em Braille e Língua Gestual Portuguesa. A produção dos materiais multimédia e inclusivos (pela empresa Digital In Store) aconteceu graças ao apoio da Universidade de Coimbra, nomeadamente do Programa UCforALL, do Núcleo de Integração e Aconselhamento dos SASUC e da Imprensa da Universidade de Coimbra.
A entidade parceira ACAPO – Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal, mobilizou a participação dos seus associados no público e apoiou desde o primeiro minuto o desafio do Coro Sinfónico aos seus associados para se tornarem coralistas, que tem vindo a acontecer desde outubro passado. Para este concerto foi, ainda, essencial o apoio da Diocese de Coimbra, na pessoa do Cónego Sertório Batista Martins.
Quando é dito que a música é uma linguagem universal, não se pode deixar ninguém para trás. Por isso, se acolheu e promoveu neste concerto a maior diversidade possível dos seus executantes e público. O concerto inclusivo foi uma homenagem da cidade e da academia à diversidade, oferecendo a oportunidade para todas as pessoas desfrutarem de música coral sinfónica através dos seus vários sentidos.
Também o estilo abertamente operístico da obra não deixou ninguém indiferente, tendo sido muitos os que no final ficaram na magnífica e solene Sé Nova de Coimbra, para elogiar calorosamente os intérpretes, as entidades organizadoras, as entidades parceiras e de apoio.
A alegria do grande sucesso é bem visível entre todos os que quiseram eternizar a memória fotográfica deste momento. A todas as pessoas que nos acompanharam até encerrarmos as portas da Sé a nossa profunda gratidão.
Missa de Glória foi um concerto notavelmente seguro, cheio de luz, vitalidade e surpresas musicais. Obra universalmente admirada por ser plena de diversidade musical, é ao mesmo tempo descomplicada, o que faz com que seja do agrado dos músicos e do grande público.